As tendências desempenham um papel importante no mundo da moda . Precisamos entender o funcionamento do sistema de moda para tirar melhor proveito da pesquisa de tendências.
Segundo o Oxford Dictionary of English, pesquisa é “a investigação sistemática no estudo de materiais e fontes para estabelecer fatos e alcançar novas conclusões.”
Já o Dicionário Ilustrado de Moda define tendência como “direção geral para a qual algo se movimenta ou evolui. Na moda, uma tendência pode ser um estilo, uma cor, uma estampa ou uma padronagem que começa a ganhar aceitação ou adoção ampla.”
Dario Caldas em seu livro Observatório de Sinais (pag. 23 a 26) analisa o termo que deu aorigem à palavra tendência, que deriva do latim tendentia. Alguns significados atribuídos a esse verbo são “tender para”, “ser atraído por”. Atualmente, além desses significados, a palavra tendência também passou a se relacionar com a idéia de evolução. Resumindo, podemos entender uma tendência como uma “evolução” da moda que aponta para determinadas propostas estéticas a cada temporada.
Atualmente a tendência de moda segue um ciclo. Não há nada realmente inédito e sim novas propostas em cima de estéticas já existentes. Essas novas propostas são baseadas na observação dos desejos e das novas necessidades dos consumidores. Essas pesquisas são levadas muito a sério pelos bureaux de pesquisa que contam com profissionais de diversas áreass. Estes buscam as macrotendências, ou seja, detectam através da observação os novos comportamentos das pessoas e analisam que rumos tomarão os hábitos de consumo dessas pessoas. Essa pesquisa inicial está muito mais focada nos comportamentos das pessoas do que nos produtos. Só depois é que as aspirações das pessoas serão traduzidas em tecidos, cores, texturas, etc, que são as tendências de moda.
Os caçadores de tendências, ou coolhuntters, conseguem antever o que um grupo ou uma grande maioria de pessoas estão aspirando, o que elas desejarão num futuro próximo. Essas novidades são apresentadas primeiramente num bureaux de estilo para que profissionais especializados de diversas áreas possam trabalhar seus respectivos produtos.
As Macro Tendências são super importantes de serem analisadas, porque estas referencias são as principais, aquelas que irão indicar o caminho a ser trilhado na Estação. Assim, essas tendências serão mostradas, em primeira mão, nas mais diversas feiras dos mais variados segmentos como a Semana de Moda de Paris, a SPFW, Feira de Design de Milão, Casa Corde São Paulo, Salão do Automóvel de São Paulo, etc.
Algumas mudanças podem permanecer por um longo período e outras explodem, são usadas e descartadas em um curto espaço de tempo. Essa vida útil inconstante das tendências é conhecida como ciclo de moda. Dentro do Ciclo de Moda podemos identificar diferentes categorias de tendências examinando a vida útil da tendência e a velocidade entre a ascensão e o declínio do período de adoção. Uma tendência pode vir a ser um estilo ou pode simplesmente ser esquecida rapidamente, como observamos nos modismos.

Existem três teorias da liderança de moda:
  • TrickleDown
A moda se difunde de cima para baixo, ou seja, é lançada nas passarelas e cai no gosto popular.
  • TrickleAcross
A moda se difunde entre todos os grupos ao mesmo tempo, como se fosse uma febre coletiva.
  • TrickleUp
A moda surge entre os pequenos grupos e sobe para as passarelas, como no exemplo dos punks da Inglaterra que inspiraram a estilista Vivienne Westwood e tornou-se um estilo.
No dia-a-dia da indústria de moda a pesquisa tem um importante papel de revelar conceitos através de novas propostas de vestuário, atendendo cada vez melhor os anseios dos consumidores, o que é um grande diferencial  para as indústrias que buscam destaque no mercado cada vez mais competitivo. Acima de tudo a pesquisa estimula a mente e abre novos caminhos ao design.

Bibliogarfia consultada:
SEIVEWRIGHT, Simon. Pesquisa e Design. Porto Alegre: Bookman, 2009.
NEWMAN, Alex; SHARIFF, Zakke. Dicionário Ilustrado – Moda de A a Z. São Paulo: Publifolha, 2011.
CALDAS, Dário. Observatório de Sinais. Teoria e Prática da Pesquisa de Tendências. São Paulo: Senac Nacional, 2004.